Ai Weiwei é um artista chinês reconhecido por suas manifestações artísticas e por ser um defensor dos direitos humanos. Por seu trabalho como ativista, ele precisou fugir da China e atualmente vive exilado em Berlim.
O artista foi recentemente convidado para uma exposição no Museu Universitário de Arte Contemporânea (MUAC), na Cidade do México, e usou a plataforma para uma manifestação sobre um massacre até hoje não solucionado no país.
Weiwei criou um mural usando mais de um milhão de peças de LEGO que mostram os rostos dos 43 jovens de Ayotzinapa , desaparecidos depois de uma ação policial, há mais de cinco anos.
Aos 61 anos, Weiwei afirmou que “o autoconhecimento é baseado na memória” para ressaltar a importância que a lembrança desta tragédia possui.
Segundo informações da Procuradoria-Geral do país, os 43 jovens universitários foram sequestrados por policiais corruptos quando estavam a caminho de uma manifestação. Estes agentes teriam entregue os 43 rapazes para uma gangue de drogas chamada Guerreros Unidos.
Os membros desta gangue teriam considerados os 43 estudantes hostis e membros de outra facção, decidindo por matar a todos e atear fogo em seus corpos.
As investigações oficiais são criticadas até hoje e muitos órgãos, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, questionam o andamentos das investigações (que foram marcadas por lentidão, negligência, tentativas de encobrimento e falta de transparência.
Weiwei questionou o Estado mexicano e compartilhou da dor dos cidadãos ao dizer: “Quando se ouve que alguém está sendo maltratado, que o filho do seu vizinho nunca mais voltará, e depois de quatro anos, o governo ainda não esclareceu o caso. Que tipo de governo é esse? Em que tipo de sociedade vivemos?”.