Na noite de quarta (7), o motoboy fazia o trajeto para casa, depois de uma noite de trabalho, e se perguntava a si mesmo, como iria fazer para pagar o aluguel neste mês. O comodo que encontrou para se abrigar com a esposa Michele, que está nos sete meses de gestação, com mais três filhos, em Diadema.
Já conta sendo a terceira residencia que a família no decorrer da crise do novo coronavírus, não conseguem atingir o valor minimo de seiscentos reais, que é o justo valor de aluguel, e correm o risco de não terem mais para onde irem viver.
Antes de a pandemia chegar, o motoboy e a família, residiam em São Bernardo do Campo, num apartamento alugado. Mas quando a crise, se tornou um caso do dia a dia, levou os chefes do pai de família a diminuírem o seu ordenado, no qual acabou por afetar para o pagamento do valor mensal de aluguel.
“Ou a gente liquidava as contas, ou comprávamos alimentação”, conta ele.
Sem ter piedade, do casal o proprietário do imóvel, pediu que a família o entrega-se de volta e a família acabou por ficar sem terem para onde morar. Desesperado, sem ter para onde ir, enquanto estava trabalhando na rua, passou em Diadema, e viu uma ocupação, nos quais perguntou se poderia ocupar o local.
A ocupação, está situada no Jardim Ruyce, e estava num terreno vazio próximo da rodovia dos Imigrantes, e foi construída por diversas pessoas que ficaram sem seus empregos na pandemia.
“Então eles suspenderam um espaço de nove metros por cinco metros, mas caso a gente não construísse um barraco no prazo de uma semana, já não tínhamos mais direito a ele”.
Jocelio, usava como motoboy uma moto do trabalhado, e então conseguiu vender a sua moto, que usava para fazer um dinheiro extra depois do seu trabalho, para conseguir berma para construir um pequeno barraco, e não abandonar a família sem abrigo.
Mas o valor da moto, não foi o suficiente para comprar os materiais necessários,acabando por pedir dinheiro emprestado para um parente, e aos chefes para conseguir o seu objetivo.
Foi então, que ele conseguiu construir um barraco, e com ajuda dos amigos levar os seus moveis. Ele ainda tinha esperança, de ficar por ali mais um tempo, pelo menos até conseguir endireitar as dividas e comprar uma nova moto.
Mas infelizmente, todo o seu trabalho, acabou em apenas pouco mais de um mês e estar a frequentar o barraco. A família foi novamente despejada ao lado de mais de cem famílias, quando o governo do Estado de SP e Escovias, conseguiram uma ordem adquirida na justiça para remocar das famílias do local.
Via: g1.globo.com