O pai da jovem de 21 anos morta em Aguaí (SP) em 2017 disse que a pena aplicada ao assassino durante o julgamento na quinta-feira (28) não é suficiente para ele pagar pelo que fez.
Walmir Vaz Martins foi condenado a 19 anos e 6 meses de prisão em regime fechado e mais 1 ano e dois meses no regime semiaberto. A defesa já entrou com recurso.
“É pouco, esperava que ele pegasse a pena máxima, porque amanhã ou depois ele está na rua, e a minha filha não tem mais volta”, disse o agricultor Adélcio Ferreira, de 53 anos, em entrevista ao G1 nesta sexta-feira (1º).
O agricultor contou que os últimos dois anos, após o corpo de Alessandra dos Santos ser encontrado em um canavial com sinais de violência, foram difíceis.
“É uma ferida que nunca vai sarar, nunca vai parar de sangrar dentro de nós. Era a única filha que nós tínhamos e ele acabou com a nossa vida. O que está nos segurando é só Deus mesmo”, disse o pai da jovem.
Julgamento :
O júri começou por volta das 10h e reuniu familiares e amigos da jovem. A sentença saiu por volta de 20h40. Martins, que estava preso desde maio de 2017 na Penitenciária II de Itirapina (SP), vai cumprir a pena no mesmo local.
Pedido de recurso :Segundo o advogado de defesa Fabrício Silva Nicola, o pedido de recurso da condenação já foi interposto na própria audiência para provar a inocência de Martins.
“A defesa entende que o réu não poderia ter sido condenado com base no frágil conjunto probatório acostado aos autos. Em nenhum momento foi demonstrado sua participação no crime. Nenhuma das provas, ainda que analisadas em conjunto com outras, demonstrou ter ele praticado o crime, sequer nas circunstâncias em que ocorreu”, disse o advogado.
No julgamento, Martins foi condenado à prisão preventiva, ainda não definitiva. Segundo Nicola, essa condenação pode ser revogada a qualquer momento, desde que haja motivo justo.
O crime :
O corpo de Alessandra dos Santos foi encontrado em um canavial com marcas de violência no dia 3 de fevereiro de 2017. Um mês depois, a Polícia Civil divulgou o resultado do exame das marcas de sangue encontradas no carro do suspeito. Foi constatado que o DNA do material era da vitima .Segundo a polícia, o suspeito conhecia a vítima, ambos trabalharam juntos na campanha das eleições municipais de 2016.
Alessandra estava desaparecida desde o dia 19 de janeiro. O pai contou que falou com a filha pela última vez antes de ele e a mulher sair para trabalhar.A ausência da jovem deixou os familiares preocupados. Pais, irmãos e amigos tentaram contato diversas vezes pelo celular, que estava desligado.
Nervosa, a família registrou um boletim de ocorrência no dia 27 de janeiro. Nascimento e a mulher postaram sobre o desaparecimento nas redes sociais as informações foram compartilhadas por amigos.
O corpo dela foi encontrado pelo funcionário de um sítio que fazia a manutenção em um canavial.