É a melhor parte da minha profissão fazer visitas a bares e restaurantes pelo mundo, isso na maior parte das vezes é um prazer sem igual.
Uma das minhas diversões é transformar pratos caros em uma comida de aproximação ao grande público, usando ingredientes sazonais.
Adoro os rangões daqueles de deixar passando mal, e incessantemente busco sabor nos pratos clássicos. Se vou a uma pizzaria, peço uma margherita, em um francês, um cassoulet, em uma hamburgueria, um cheese-salada, e por aí vai.
Acho que, se um restaurante não sabe representar o básico, não vale a dissabor experimentar o resto.
Além disso, apenas os produtos contemporâneos me agradarão igualmente quanto a clássica. Não se pode dobrar as costas em séculos de tradição.
Uma situação inusitada é o Rodrigo, do Mocotó, ele utilizar um defumador para desempenhar a produção de torresmo, e carne de sol em exclusão de temperatura.
Isso é explorar técnicas para dar mais sabor com o uso dos ingredientes.
O que me deixa também bem irritado é estar junto com chefs que se aproveitam da falta de parâmetro da clientela para resgatar um preço estratosférico ocultar-se um prato como parece uma instalação.
Não me sinto bem como um rato de laboratório participando de testes estudantis. Difícil respeitar quem não manuseia justo uma frigideira, mas faz acrobacias com um sifão.
Não é tão fácil como parece conseguir uma comidinha caseira e gostosa hoje em dia. Fomos criados na eixo de arroz, feijão e bife. Porque não encontramos isso nos melhores restaurantes?
Um ou outro que acaba cedendo a vontade coletiva e acaba servindo essas opções, as vezes simples mesmo, porém no geral acabam incrementando mais para poder deixar o preço desse prato simples e nacional, bem mais elevado.
Dou dois exemplos. Um bom e outro ruim. O bom: Raphael Despirite. Junto com sua jovialidade e excelente formação, carrega maior número de 50 anos de tradição francesa na família e, a partir daí, desenvolve uma cozinha de autor leve, inteligente e concisa.
Une técnica com tradição, de maneira harmoniosa e, como ainda é um jovem, deve chegar bravo além do que já pratica. Está em bom caminho.
Exemplo ruim: Leonardo Botto, do La Frontera. Estive lá e pedi um ceviche terrível, típico de quem não tem a menor idéia do que faz. E de sobremesa, pudim talhado, a 14 reais! Uma pena!
Muita gente se atenta a quantidade de estrelas e esquece de avaliar o sabor de verdade, quer apenas sentar e gastar uma fortuna para tirar fotos e ostentar nas redes sociais.
A cada dia que passa, indico restaurantes de natureza simples aos caros e pomposos, gosto dos que são tocados por famílias, e que não cobrem um preço exorbitante. Seja japonês, francês ou brasileiro.
Não percamos o foco. zero me ocasião mais apropriado que um bom e usado prato de comida.
“Eu quero é feijão com arroz”