Seguranças de um bar no Leblon impediram o linchamento de um homem depois dele ser acusado de tentativa de estupro. Um vídeo mostra o momento em que um grupo de pessoas começa a se agitar para aparentemente fugir de uma briga que estoura próximo dali.
Nas imagens, Ricardo Elias Mota de Oliveira, de 28 anos, aparece caindo no chão e sendo atacado por um grupo de pessoas. Os seguranças agem rápido e impedem que ele seja espancado. A confusão começou depois que Ricardo foi suspeito de assediar duas mulheres e tentar estuprar pelo menos uma delas.
Ricardo foi preso em flagrante pela acusação de tentativa de estupro e teve o pedido de prisão convertido em prisão preventiva. Com isso, ele deve responder pelo crime preso no presídio de Benfica.
O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon), no boletim de ocorrência ele é acusado de importunar uma jovem e tentar estuprar outra no banheiro do bar.
“A gente estava lá, de boa. E, do meio do nada, saem duas mulheres do banheiro, tipo, desesperadas, gritando, falando assim ‘chama o garçom, chama o garçom, chama alguém, porque tem uma mulher no banheiro gritando, com a voz de um cara lá também’.
Geral do bar ficou nervoso e aí foi uma galera para o banheiro. E ai, sai o cara do banheiro feminino com o cinto arriado e a mulher lá dentro, com a boca sangrando”, contou uma testemunha.
Ricardo alega que foi ao banheiro depois de pagar sua conta e que não se lembra de mais nada, mas nega as acusações.
Os advogados de defesa entraram com um pedido de liberdade provisória, mas que foi negado pela juíza Amanda Azevedo Ribeiro Alves, que afirma que os crimes são “repugnantes” especialmente por serem contra mulheres.
Na decisão, a juíza afirma que o acusado se aproveitou “do momento em que as vítimas estavam no banheiro do estabelecimento”. Ela tambem defendeu que esse tipo de crime deve ser exemplarmente punido, especialmente no momento em que vivemos.
“Esses são crimes de enorme complexidade e grande reprovabilidade considerando o atual momento em que vivemos de extrema violência contra a mulher. O Poder Judiciário deve reagir para paralisar o crescente número de crimes contra as mulheres, aplicando a lei de forma enérgica”, determinou.