As autoridades de controle migratório brasileira e colombiana anunciaram que receberam mais de 270 militares venezuelanos. A maioria dos oficiais são de baixa patente e fugiram através das fronteiras fechadas. Para o Brasil, pelo menos 7 oficiais desertarem, enquanto 270 escaparam pela fronteira colombiana.
Segundo dados oficiais do governo venezuelano, no entanto, o exército nacional conta com cerca de 95 mil a 150 mil oficiais. Desse número, os agentes desertores não somam nem 0,3% do efetivo militar venezuelano.
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O número oficial, no entanto, não contabiliza os agentes das milícias que são apoiadas pelo regime de Nicolás Maduro. Maduro conta com apoio dos altos postos da exército venezuelano, que não apoia nem reconhece o governo autodeclarado de Juan Guaidó.
O clima na Venezuela tem atingido grandes picos de tensão e alguns especialistas começam a dar como certo o confronto militar, ou seja guerra, com os Estados Unidos.
Donald Trump declarou em discurso aos latinos em Miami que os militares que não mudarem de lado vão “perder tudo”. Juan Guaidó tenta convencer os militares a mudarem de lado.
Os desertores escaparam pelas cidades fronteiriças de Pacaraima (Brasil) e Cúcuta (Colômbia) depois do acirramento dos ânimos entre a Venezuela e os países membros da coalizão liberada pelos Estados Unidos.
Maduro rejeitou a ajuda humanitária oferecida pelos Estados Unidos e alguns dos carregamentos chegaram a ser incendiados.
“Coloquem-se do lado do povo, porque o povo está passando fome“, declarou o sargento Carlos Eduardo Zapata em entrevista a jornalistas brasileiros depois de desertar. Zapata foi um dos primeiros militares a fugirem para o Brasil, ele conta que viu um sobrinho morrer em decorrência da falta de medicamentos.
Agora, o sargento pede que a população e os militares se levantem contra Maduro. “Nós, a tropa profissional, queremos que os nossos companheiros se unam. Se não podem fazer nada na Venezuela, que venham para o Brasil ou saiam para a Colômbia“, declarou.
Muitos dos militares temem que uma guerra seja de fato deflagrada, pois isso significaria ainda mais perdas para o povo venezuelano, que lidaria com ainda mais mortes.