Lugar de menina é nas ciências exatas e na tecnologia

Neste dia internacional da Mulher apresentamos iniciativas que apoiam o desenvolvimento das garotas em áreas dominadas por homens

Meninas precisam quebrar barreiras e superar preconceitos – Divulgação

Em todo o mundo há poucas mulheres atuando na área de ciências, matemática, engenharia e tecnologia. De acordo com informações da ONU (Organização das Nações Unidas), as mulheres representam 35% dos alunos matriculados nesses cursos nas universidades e o percentual é ainda menor nas engenharias (de produção, civil e industrial) e em tecnologia, não chegando a 28% do total.

A desigualdade de gênero afasta as meninas das ciências e para mudar essa realidade, universidades de todo o país investem em programas para atrair as garotas para as áreas de exatas e tecnologia.

“As meninas não confiam que têm capacidade, que podem ser cientistas, muitas pensam que não são inteligentes, o preconceito é muito grande e isso precisa acabar”, diz Amalia Fischer do Fundo Elas, que apoia entre outros projetos o Elas nas Exatas, que visa a aproximação das meninas com a área de exatas e tecnologia.

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“Precisamos melhorar a auto-estima das garotas e esse incentivo deve começar em casa”.

“Uma pesquisa da Unesco aponta que as meninas vão bem em matemática na escola, mas em determinado momento deixam de lado e passam a ter notas menores e isso acontece porque caímos em estereótipos”, explica Amália.

“Precisamos desconstruir esse pensamento e mostrar que as meninas podem ocupar os espaços que queiram e diversas iniciativas têm focado na conscientização dos pais e principalmente das mulheres em busca de equidade”.

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Ações

Key Tech programa leva tecnologia para escolas

A professora Viviane Azevedo, Coordenadora do Curso Superior em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistema da Faculdade de Tecnologia de São Paulo em Bragança Paulista, está à frente do Key Tech – Meninas Digitais, um programa que difunde a computação entre as meninas.

“Mostramos para meninas do ensino fundamental e médio que tecnologia é sim um espaço para mulheres, falamos do papel feminino na história dessa ciência e as oportunidades profissionais que podem encontrar na área”.

Para aproximar ainda mais as estudantes desse universo, as alunas da Fatec colocam a mão na massa. Vitória Maria Aparecida Souza Luiz, de 18 anos, estudante do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas promove workshops para alunas da rede pública.

“Vamos até as escolas falar sobre tecnologia com o objetivo de quebrar barreiras e acabar com preconceitos, mostrar que sim, é possível estudar e seguir por esse caminho. Somos capazes”.

Na capital, também na Fatec, a professora Grace Borges desenvolve o Fatec Girls, um grupo que conta com mais de 20 alunas voluntárias do curso superior tecnológico de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS).
Por meio de debates, palestras, minicursos e oficinas sobre temas relacionados à programação, como Scratch, JavaScript e AppInventor, bem como jogos de “computação desplugada” (técnica para ensinar informática sem o uso de computadores), as jovens desenvolvem atividades em escolas, centros comunitários e na própria faculdade.

“Realizamos eventos para meninas com jogos e brincadeiras de raciocínio lógico, sempre de forma lúdica, para tirar o medo da matemática e o mito do ‘isso é difícil’ e mostrar que é possível, sim, considerar áreas de tecnologia para seguir como carreira”.

Para quem tem interesse em conhecer um pouco mais sobre o programa, vale conferir o “Tech Women: Mulheres e a Era Digital”. O evento é gratuito, está marcado para o sábado (9) na Fatec São Paulo e conta com palestras e debates sobre Tecnologias, Diversidade nas Organizações, Carreira, Equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, diversas oficinas temáticas.

Levar as meninas para dentro da Universidade é a proposta do Pequenas Cientistas que ocorre na Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) em Sorocaba.

O projeto nasceu inspirado no Meninas com Ciência realizado no Museu Nacional. A ideia é levar meninas do 5º ao 9º do ensino fundamental para passar todos os sábados do mês de abril na instituição.

“As meninas têm contato com as pesquisadoras, conhecem de perto o trabalho desenvolvido por elas e podem conhecer os laboratórios, o que aproxima a ciência do universo dessas garotas, muitas nunca tinham entrado em um laboratório na vida”, explica a bióloga Thais Rabico Pansani que é responsável pelo projeto junto com Luana Salum Matiazzo.

Pequenas Cientistas leva meninas ao laboratrio

Pequenas Cientistas leva meninas ao laboratório – Divulgação

O programa disponibiliza 50 vagas, que são definidas por sorteio. “A ideia é ampliar o número de edições ao longo do ano para atender um número maior de meninas”.

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Escrito por Carla Juliana

Redatora no site noticiaviva.com. Apaixonada por gatos. Uma pessoa simples e muito bem humorada. Contato: [email protected]