A mãe do bebê de três meses morta nesta terça-feira (26) em Andradas (MG) indicou o pai como sendo o responsável pelas agressões, pois ele teria se “estressado” e batido por quase duas horas na criança. O casal foi preso na tarde desta semana (27) por suspeita de homicídio e prestou depoimento à Polícia Civil.
“Ouvimos separadamente os dois, o pai e a mãe. O pai teria negado qualquer forma de agressão ao filho, teria refutado veementemente qualquer possibilidade de ter agredido o filho.
E a mãe, após muita insistência por parte dos policiais que acompanharam a oitiva, ela acabou atribuindo as lesões corporais na criança às agressões que o pai teria perpetrado”, explicou a delegada Michele Rocha.
De acordo com o boletim de ocorrência lançado pela polícia, os pais da criança acionaram o Samu por volta de 1h30 depois de notar que ela não estava respirando. O bebê foi socorrido e levado para o hospital da cidade, mas não resistiu.
“Esse questionamento nós fizemos a ela também, qual seria o motivo? E conforme ela, a criança chorava muito, pelo fato de que ela tinha muita dor abdominal, que é o comum, absolutamente comum em uma criança de três meses.
Mas, de acordo com ela, ele teria se estressado, palavras dela, com o choro constante da criança”, ressaltou Michele.
Agressões contínuas
A delegada ainda contou que a mãe falou que o pai teria agredido seguidamente o bebê.
Ainda conforme o boletim de ocorrência, no momento de recolher o corpo, o agente funerário percebeu que a criança tinha hematomas roxos na cabeça e no rosto e se recusou a levar o corpo.
A polícia foi acionada e registrou o B.O. Agora um laudo deve ficar pronto em até 10 dias para indicar se o bebê já havia sofrido outras agressões.
“Nós precisamos do laudo para confirmar a existência de lesões antigas e tudo o mais, mas tudo indica que sim”, disse Michele.
“Ela disse que a criança teria sido agredida das 19h30 aproximadamente, na data de terça-feira, até aproximadamente as 21h. Então foram duas horas de agressões. Agressões das mais variadas, segundo ela, que acabaram ocasionando a morte por politraumatismo dessa criança”, contou a delegada.
Inquérito
O atestado de óbito apontou como causa da morte o politraumatismo, que teria sido causado pelas agressões. O casal foi preso e levado para o presídio de Andradas. Segundo a Polícia Civil, o inquérito do caso deve ficar pronto em até 30 dias.
O corpo do bebê foi enterrado em Santo Antônio do Jardim, interior de São Paulo.