Ana Luisa era uma doce menina e estava quase se formando e como toda garota da sua idade tinha planos de se casar e ser feliz.
Mas algo terrível havia acontecido na infância de Ana Luisa que não a deixava seguir em frente, Ana Luisa não queria mais viver, a dor que sentia em seu coração não permitia que a jovem abandonasse os traumas do passado e seguisse em frente.
Ana Luisa não dormia mais, também não queria tomar os remédios para dormir que o médico havia passado para ela, pois os pesadelos eram constantes.
Ela recebia todo apoio e carinho dos pais, sua mãe Ana Rosa Augusto de 52 anos procurou especialistas para ajudar a filha e não a deixava sozinha, sempre dormia com ela e dava todo apoio.
Depois de passar em vários médicos sem conseguir sucesso algum, os pais encontraram uma psiquiatra que conseguiu ganhar a confiança de Ana Luisa e finalmente ela contou a verdade, então os pais entenderam os motivos dos desmaios constantes, de toda ansiedade, choro repentino e a tristeza no olhar de Ana Luisa.Ana Luisa contou para a terapeuta seis meses antes de se suicidar que havia sido abusada sexualmente aos 10 anos de idade na escola particular onde estudava.
“Minha filha foi abusada sexualmente aos dez anos de idade, na escola particular onde estudava em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Ela revelou isso à psicóloga e pediu para que a especialista contasse a mim e ao pai dela. Foi quando descobri que a minha menina foi estuprada por seis meses por um garoto seis anos mais velho, no banheiro, nas aulas de Educação Física.
Por alguns meses, ela relutava e chorava, pedia para não participar das aulas esportivas. Eu não entendia. Mesmo sem saber o que estava acontecendo, consegui um atestado médico que a liberou. As férias chegaram e, no ano seguinte, o menino não estava mais na escola. Ana Luísa voltou à Educação Física sem pestanejar”.
Depois desse triste episódio no banheiro, Ana Luisa começou a usar roupas largas que não mostravam seu corpo. Começou a usar roupas pretas, cabelos descoloridos na tentativa de apagar a imagem da menininha de 10 anos que foi abusada.
Quando assistia a filmes que haviam cenas de abusos ela chorava e gritava muito, se automutilava, cortava seus braços e suas pernas, os cortes eram tão profundos que precisavam levar pontos, essa era a maneira de aliviar a dor que sentia em seu coração.Nas últimas semanas de vida Ana Luisa leu a notícia de que um estuprador estava solto na região Depois disso ela não conseguiu mais dormir, a mãe a colocava em sua cama e dormia abraçada com ela, mas nada adiantava, a dor que a Luisa sentia não passava e ela tentou se suicidar por duas vezes.
Ela sempre dizia que não aguentava mais viver, que a culpa não era de seus pais, mas as lembranças tristes só a perseguiam até o dia que ela conseguiu tirar sua vida.
“Não sinto culpa, eu fiz tudo o que pude. Conversei com ela e cuidei em todos os momentos. Ela nunca nos culpou. Eu sempre estive ao lado dela, éramos muito cúmplices. Onde eu ia, ela ia comigo. Se ela tinha trabalhos, eu a acompanhava. Ela sempre dizia: “Mamãe, quero ir com você”.
Me chamava de “mamãe”. Hoje, quando converso com meninas que foram vítimas de abuso, descubro que o agressor sabe escolher a vítima certa, aquela que não vai abrir a boca. O abusador da minha filha dizia que, se ela dissesse algo, mataria a mim e ao pai dela. Ela aguentou tudo isso sozinha”. Contou a mãe.
Ana Luísa desenvolveu um quadro depressivo grave por causa dos abusos na infância. É importante que as pessoas a volta do depressivo entenda um pouco sobre o assunto para ajudar da maneira correta, caso você tenha intreresse nós indicamos esse site para se informar sobre como ajudar alguém a sair da depressão, ou para ajudar até mesmo você, caso esteja sofrendo com a doença e precisando de ajuda.