Médica de 30 anos relata o medo depois de ter 50% do pulmão comprometido com Covid-19:”Se agravou rápido demais, pensei que ia morrer”

Médica estava com medo,de não resistir à doença. A médica teve os primeiros sintomas da doença, e precisou de ser internada, depois de ter bastante dificuldade em respirar. "A doença, se manifestou rápido demais, achei que não iria resistir".

Daniela Prates, faz um desabafo sobre a situação do coronavírus, que acabou por se tornar realidade.

“Em cada uma notícia de morte e de internação, eu acredito que todos nós que estamos na linha da frente, sempre pensamos quando será a nossa vez”. Foi essa uma das preocupações da médica, acabando por ela ser também uma dessas vítimas da doença.

Daniela trabalha em SP há 3 anos, mas é natural de Montes Claros (MG).

PUBLICIDADE

“Sou uma pessoa considerada jovem, tenho apenas 30 anos e não tenho qualquer problema, mas essa doença acabou por evoluir de uma maneira drástica, e cheguei até a pensar que nem iria resistir”.

A jovem, iniciou com os primeiros sinais do novo coronavírus, e logo a seguir, a dificuldade em respirar se agravou. Demorou apenas cinco dias, para que metade do seu pulmão estivesse afetado.

“Falta de ar, para as minimas tarefas, trocar de roupa, banho e levantar”, conta.

PUBLICIDADE

Ela suspeita que tenha contraído a doença, durante o seu último plantão, uma vez que um outro colega, estava fazendo atendimento nesse dia também teve os mesmos sintomas.

“Acabamos por perder uma colega para o vírus no dia em que adoeci.Todas as mortes, foram marcantes, sentimos impotência diante de tanta agressividade, o vírus é potencial, principalmente quando as mortes são dos nossos amigos e equipe de trabalho, um trauma, um medo”, lamenta.

Devido ao avanço da doença, a jovem ficou internada por cinco dias.

“Eu quando cheguei no pronto socorro, estava já com noventa e dois por cento de saturação. Após ser internada caiu mais ainda, cheguei aos oitenta e cinco por cento, mesmo tendo a ajuda do oxigênio suplementar”, relata.

Para quem não sabe, Daniela explica que a saturação, é a quantidade minima de oxigênio que qualquer pessoa precisa para sobreviver.

“O medo de morrer foi grande, depois de saber que não estava a reagir como o esperado. Quando via a minha saturação baixa demais, sempre pensava que não iria mais recuperar, e o vírus a aumentar com agressividade dia para dia”, recorda.

Finalmente Daniela regressou a casa, onde continua a cumprir a quarentena. Ela pede que todos cumpram as orientações dadas pelas autoridades de saúde, e pede que todos respeitem o isolamento social.

“Infelizmente, não sei sabe muita coisa sobre essa doença, nem sabemos qual o estado de evolução. Porque naos e trata de uma doença de pessoas idosas, mas sim uma doença, que pode apanhar qualquer um e qualquer idade”, destaca.

A médica pretende continuar a ajudar para o tratamento dos pacientes e com os colegas da linha da frente logo após à sua recuperação.

“Eu agora mais que nunca me sinto no dever de trabalhar mais, ajudando os pacientes, de preferência, poupar os meus colegas que ainda não contrairão o vírus”.

 

PUBLICIDADE

Escrito por Carla Sofia

Sou especialista em Receitas, dicas e saúde! Gosto sempre de estar atualizada de novas receitas e formas medicinais!