Um tribunal na Suécia condenou um casal a três meses de prisão por negligência grave que causou danos corporais, depois que sua filha de 18 meses foi declaradamente tão desnutrida que estava perto da morte.
O julgamento do tribunal de Gotemburgo, na Suécia determinou que a “negligência grave dos pais colocou a filha em uma situação ameaçadora à vida”. Eles foram, portanto, condenados a três meses de prisão e condenados a pagar uma multa no valor de 6mil dolares por danos à filha.
O pai também foi condenado por vários outros crimes menores, incluindo delitos de drogas e dirigir alcoolizado.
A menina foi trazida para atendimento de emergência em um hospital em Gotemburgo, no oeste da Suécia, em fevereiro, em estado muito grave por desnutrição.
A criança nunca havia sido registrada junto às autoridades suecas, e a família, que seguia uma dieta vegana, só alimentou a menina com uma dieta restrita que consistia principalmente de leite materno, arroz integral e batatas.
No julgamento, o tribunal escreveu que a escolha do estilo de vida pelos pais nunca deve ser priorizada acima das necessidades fundamentais de uma criança.
“De acordo com a crença ideológica de que a filha era uma cidadã do mundo, seus pais nem informaram o nascimento a nenhuma autoridade, não verificaram sua saúde em um centro pediátrico, nem sequer pesaram ou mediram seu crescimento, a menina nunca foi vacinada. ou examinado por um médico”, disse uma declaração do tribunal. Acrescentou que a comida que a menina foi alimentada “estava longe de ser suficiente ou adaptada para uma criança tão pequena”.
O juiz, observou que os pais fizeram o que acreditavam ser o melhor para a criança e “não prejudicaram intencionalmente a filha”. No entanto, ele disse que os pais tinham algumas opiniões “notáveis”, referindo-se a uma declaração da mãe da menina que ela acreditava que as pessoas poderiam viver sem comida ou água após um longo treinamento mental e físico.
Após cerca de três semanas no hospital, a menina foi colocada sob cuidados, e sua mãe adotiva disse ao tribunal que a criança já havia começado a se recuperar.
A Procuradora Ximena Bene havia solicitado dois ou três anos de prisão para os pais, argumentando que a menina estava desnutrida e isso levou à sua condição médica com risco de vida.
Os médicos disseram que a criança estava “a horas de morrer”, e de acordo com os juízes, os três médicos envolvidos em seus cuidados disseram que sua condição era devido à “fome prolongada”.
Um médico do hospital disse que a condição da menina era “pior do que qualquer coisa que tenhamos visto no hospital antes”.
Os advogados que representavam os pais haviam dito que não se podia provar que a condição da menina se devia a outra coisa que não um problema estomacal. Seu peso foi descrito como comparável ao de uma criança típica de seis meses quando ela chegou ao hospital, algo que seus pais atribuíram ao tamanho natural e à doença recente de cinco dias no estômago.
No tribunal, ficou acertado que após o cumprimento dos 3 meses de prisão, os pais passarão oito semanas morando com a menina em um centro de assistência residencial e serão supervisionados por assistentes sócias, que após iram decidir se os pais poderão ficar com a menina.