‘Vocês sabem o quanto me dedico a representar todas as mulheres de nosso País’, afirmou Náthalie de Oliveira
Náthalie de Oliveira, de 24 anos, será a primeira transexual a participar do Miss Rio de Janeiro 2019. O evento reúne outras 14 candidatas e será realizado neste sábado (26). Esta será a etapa estadual que garante vaga no Miss Brasil.
Atualmente, Náthalie é Miss Bom Jardim, município da Região Serrana do Rio, e fez a cirurgia de redesignação sexual (mudança de gênero) em 2016, na Tailândia.
A candidata é estudante de enfermagem e trancou o curso temporariamente para se dedicar aos concursos de beleza, atuando como modelo e Youtuber.
“Eu tenho falado que esse é o concurso que eu mais tive apoio dos meus seguidores, fãs, amigos e família. Está sendo uma experiência incrível. Até mesmo dentro do concurso, o clima é muito bacana com as outras meninas”, afirmou.
A candidata explicou como está se preparando para concorrer ao Miss Rio de Janeiro e relembra um período da infância e adolescência, em que chegou a pesar 118 kg.
“Eu sou ex-gordinha. Tive depressão quando era adolescente por não saber quem era de verdade. Com 14, 15 anos eu cheguei ao meu peso máximo de 118 kg e a partir daí comecei a mudar de vida”, contou Náthalie.
Para concorrer ao cargo de representante do Rio de Janeiro, a miss se dedica a exercícios para eliminar gordura e tem investido em tratamentos para a pele e cabelo
“Quero estar com o cabelo maior, a pele mais bonita e também estou praticando o discurso, me preparando”, explicou.
Preconceito
A notícia de uma candidata trans pela primeira vez no Miss Rio de Janeiro chamou a atenção e dividiu opiniões. A decisão foi do coordenador e realizador do concurso, André Cruz.
”Náthalie afirma que os fãs de verdade estão apoiando, mas não nega que ainda sofre muito preconceito.
A gente sabe que o nosso país é muito preconceituoso. Ainda mais na internet, onde as pessoas podem ser ‘fakes’, anônimas, e é da onde vem a maior parte do ódio e do preconceito. Eu sofro preconceito desde os 12 anos e eu criei um invólucro, que isso não me atinge mais.”
“As mulheres trans vêm sendo perseguidas e apagadas há muito tempo. Estou mostrando que as mulheres trans podem ser o que quiserem”, afirmou à Miss.