Uma mulher comerciante, protegia o funcionamento do comercio, ela mesmo que também tinha o seu próprio negócio. Por esse motivo defendia o isolamento, chegou a zombar com a hastag “fique em casa”, onde procedeu à gravação de um vídeo, para promover o isolamento social diante o decorrer da pandemia do novo coronavírus.
Uma situação, que ainda se encontra incontrolável e mundial. Mas logo a mulher mudou de opinião, depois do seu marido Marco Cirino da Cunha, já reformado da PM, acabou por não resistir à doença, e faleceu nesta última quinta-feira(30), vítima do novo coronavírus.
Um tempo antes, a mulher protegia o funcionamento dos comércios, e até criticou quem estava cumprindo o isolamento social. Silvana Cunha, é proprietária de uma vidraçaria, mas depois de ter perdido o marido para a doença, faz um alerta à população, e pede por favor que todos fiquem em casa.
“Há uns 15 dias atrás, eu ouvia essas palavras”fique em casa”, onde eu cheguei até a debochar com isso. Então fui até à loja, e fiz um vídeo falando “fique em casa, e quem vai pagar as nossas contas no final do mês?”. Mas hoje eu mudei de ideias, depois de ter batido na minha porta, e falo,”fique em casa”, relata.
Após a perda do seu marido, a mulher então decidiu fechar a sua loja, e foi para uma chácara da família, levando o filho de ambos, de 10 anos. A mulher conta, que a criança, sente muita falta do pai.
“Essa frase”fique em casa”, trazem um enorme peso para mim hoje, tudo por minha culpa que não fiquei em casa, meu marido infelizmente não ficou, e acabou por partir. Ontem senti um peso maior ainda, quando cheguei e meu filho olhou para mim e disse:
“mãe, você salvou meu pai?”,apenas eu respondi que não”.
Marco iniciou os primeiros sinais da doença, como a tosse seca e a falta de ar, no dia 15 de abril, conta Silvana. Já após dois dias, ela levou o marido até uma Unidade de Pronto de Atendimento,onde foi confirmado um diagnóstico para uma pneumonia.
“Nesse momento, eu pedir por favor, que realizassem o exame de Covid, mas porém o médico que estava de atendimento disse que não eram sintomas da doença do vírus. Então ele realizou alguns exames, e disse que o meu marido estaria com uma pneumonia, receitou um antibiótico, e regressamos a casa”, finaliza.
Já no dia 22, a mulher conta que o marido passou por uma grave falta de ar e de repente desmaiou. Então ele foi levado novamente para o UPA, onde foi diagnosticado com pneumonia, e de imediato levado para o Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho.
Mas antes disso, ainda no posto de atendimento, chamou uma clínica privada, para que o teste do novo coronavírus fosse realizado, onde o resultado deu negativo. Já no hospital, foi realizado um novo teste, que deu positivo para o coronavírus.
Marco acabou sendo entubado e levado para o Hospital Metropolitano de Santa Rita onde veio a óbito no dia 30 de abril. Ele também fazia parte do grupo de risco, era diabético e tinha problemas cardiovasculares.
“Esse vírus, humilha qualquer ser humano, porque ele nos faz sentir inválidos diante de tal problema. Nem um “Pai Nosso”, deixaram que eu fizesse para ele”,lamentou a esposa.
A mulher e o filho, também realizaram o teste para o coronavírus, mas o resultado de ambos, deu negativo. Devido ao preconceito que tem sofrido, decidiu fechar a loja e sair da cidade.
Via: g1.globo.com