O suspeito de ter abusado e tirado a vida da menina Kauani Cristhiny Rodrigues, de seis anos, disse que teria tomado à iniciativa de matar a menina porque a mãe dela havia negado a ele um prato de comida.
Em depoimento anterior, Rodrigo havia dito que havia matou a menina por vingança, mas não disse o motivo real.
A polícia informou que o assassino ainda esteve na casa da criança e viu o drama da família enquanto a menina estava desaparecida.
O delegado Francisco Wenceslau, do 2º Distrito Policial de Mongaguá, contou que o homem deu respostas contraditórias no momento do interrogatório.
Rodrigo manteve a versão de que estava junto com a família da menina em uma festa e eles estavam consumindo drogas quando começaram a brigar.
“Ele disse que ela a [mãe da menina] não quis dar comida nem droga para ele. Foi uma conversa meio sem pé nem cabeça entre os dois”, afirma o delegado.
O delegado responsável pelo caso disse que a hipótese de crime sexual será confirmada depois que sair os resultados dos exames.
O autor do crime confessou que matou a menina realmente, mas disse que não abusou sexualmente da criança, a família nega a versão do homem de que eles teriam brigado.
“Pode ter havido discussão ou não. Só que quando ele fala que foi por vingança, ele afasta a ideia do crime sexual.
Ele conduz os investigadores para sair do foco do crime sexual. A discussão e o uso da droga não levam a matar ninguém. Tem alguma coisa estranha aí. Essa é a linha que estamos trabalhando”, diz.
A tia da menina disse que não houve festa alguma e que o homem estaria mentindo. Ela e a irmã, mãe de Kauani, estavam juntas com alguns amigos, ouvindo música.
Depois que Kauani sumiu ela disse que desconfiou de Rodrigo e foi atrás dele. As câmeras de monitoramento mostram a tia da criança agredindo o homem para que ele contasse o que havia acontecido.
“Ele é um monstro. Porque na hora que a gente sentiu falta dela eu fui diretamente nele procurá-lo. Eu tinha visto ele no portão um pouco antes de ela sumir.
E ele estava dormindo tranquilamente. Eu cheguei até a bater nele, perguntando ‘cadê a Kauani, cadê a Kauani?’. E ele falava que não sabia”, diz.
“Ele foi para a delegacia e prestou depoimento, porque eu estava desconfiada dele desde o inicio. Ele foi liberado e passou a semana inteira aqui.
A semana inteira olhando para a gente. Ele chegou a falar para mim: “Eu te perdoo porque você bateu em mim”.
O corpo de Kauani estava em estado avançado de decomposição, mas foi possível detectar lesões na genitália da criança e essas lesões podem ser compatíveis com violência sexual, mas apenas os laudos poderão concluir com certeza se houve ou não o abuso.
“Apesar de ter lesões que podem dizer que houve abuso, também há uma duvida. Vamos tentar sanar com os exames complementares. A polícia trabalha com indícios, mas a confirmação científica ainda não é possível”, diz.
Os exames também mostraram que a menina tinha uma lesão na traqueia e pode ter sido esganada pelo autor do crime, e foi encontrado água em seu pulmão e a polícia acredita que seja porque ela aspirou a água do córrego próximo.