Paulo Orlando dos Santos, de 28 anos de idade, está detido desde o ano de 2013, os advogados pediram junto a Justiça para que ele fosse liberado para acompanhar o enterro do filho de 4 anos que foi vitima de bala perdida. O pedido foi negado.
Tayane Pereira da Silva, de 20 anos, ficou indignada com a decisão. “Tiraram o direito dele de ir ao enterro do filho. Me ajuda, por favor. Não sei nem o que vou dizer para ele quando for lá. Não sei como vou olhar para ele e não lembrar mais do meu filho”, disse a mãe desesperada.
“Aguardei no plantão judiciário de 22h até 3h30m, mas fui informando de que não havia condições de liberar o pai do Ryan. A juíza alegou que a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) não poderia disponibilizar o pessoal do Serviço de Operações Especiais para realizar a escolta dele. Mas não vou desistir, vou enviar uma petição administrativa ao secretário Erir Ribeiro” afirma Sant’anna.
Paulo está preso por associação para o tráfico, no Presídio Gabriel Castilho, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. De acordo com o Dr. Hugo Sant’anna, advogado do pai de Ryan, seu cliente foi condenado porque a defesa técnica (feita por outro advogado) foi falha.
O advogado também disse em entrevista que o pai do menino passou mal ao receber a notícia e que pediu assistência para a enfermaria. Como naquela unidade tudo é muito difícil, os próprios companheiros de cela tentaram acalmá-lo. Os detentos que recebem medicação controlada disponibilizaram um calmante para ele.
Com a voz tremida, Tayane disse que Ryan era seu tudo: “Guardo todas as lembranças boas. Meu filho era tudo pra mim, era divertido. Se eu estivesse chorando, era ele que me fazia sorrir. Tiraram um pedaço do meu coração. Não tem como voltar atrás”, desabafou desolada.
Tayane disse que evitava ficar na rua porque achava perigoso. Ela afirma que o seu filho não foi a primeira vítima da violência do local.
“Toda vez que vão da Serrinha é um tal de tiroteio. Eles estão sempre baleando os outros e ninguém faz nada. Não é a primeira vez. Meu filho não é a primeira vítima”. Contou a mãe deRyan Gabriel. “A gente evitava o máximo, mas nunca ia imaginar que, num domingo de Páscoa, meu filho seria baleado na porta de casa. Ele não estava correndo solto, estava na porta.” esclerece.