Quais são as chances de uma mulher ter uma gestação de gêmeos? Veja:

Histórico familiar e tratamentos de fertilidade são os principais fatores por trás da gravidez múltipla. Mas não são os únicos. Veja o que pode interferir na probabilidade de ter gêmeos bivitelinos

“Sempre quis ter dois bebês. Qual é a probabilidade de ocorrer uma gestação gemelar? Quem está mais propenso?”

A incidência de gemelaridade é variável, de população para população. No Brasil, a ocorrência de uma gestação de gêmeos bivitelinos é de, aproximadamente, 10 a cada 1 000 casos independentemente do fator genético.

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Quando consideramos gêmeos univitelinos (ou idênticos), esse número cai para cerca de 3 casos a cada 1 000 nascimentos.

Quando existem gêmeos não idênticos na família, a probabilidade de uma gravidez gemelar aumenta, principalmente se o histórico for do lado materno, pois fatores genéticos podem fazer com que a mulher libere dois ou mais óvulos em um mesmo ciclo menstrual. Nestes casos, há de 5 a 10 vezes mais chances de desenvolver esse tipo de gestação.

Outro fator de risco para uma gravidez múltipla é a idade materna avançada. Mulheres mais velhas, após os 37 ou 38 anos, tendem a liberar mais óvulos por ciclo.

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Quem já teve gêmeos em outra gravidez tem maiores chances em tê-los novamente também em razão da ovulação dupla. No caso daquelas que tomam anticoncepcional e engravidam logo no primeiro mês de ovulação natural (após a interrupção da pílula), a probabilidade de uma gestação gemelar também cresce, pois há maior liberação do hormônio folículo estimulante (FSH), um dos responsáveis pela regularização dos processos reprodutivos.

Os tratamentos de reprodução assistida também oferecem riscos de gestação múltipla. Nos casos do coito programado e da inseminação artificial, por exemplo, a probabilidade pode aumentar de 20 a 30%. Já quando é realizada a fertilização in vitro (FIV), a gemelaridade está relacionada à quantidade de embriões que são transferidos para o útero.

Quanto maior esse número, maior é a chance de gravidez gemelar! Por exemplo, quando um único embrião é transferido, a taxa de gemelaridade fica em torno de 1 a 1,5%. No caso de dois embriões, a probabilidade aumenta para 18% e, quando são transferidos três embriões, esse número sobe para 23%.


Outro levantamento interessante constatou que a frequência gestações de não idênticos é pequena entre os orientais e um pouco menor entre os brancos do que entre os negros.

Da mesma forma, tratamentos de fertilidade têm um papel importante na probabilidade de ter gêmeos. A gravidez múltipla decorrente de tratamentos de reprodução assistida corresponde a 3,2% das gestações – sendo que destas, 98% são gemelares. Hoje, muitas técnicas são usadas para lidar com quadros de infertilidade, como reposição hormonal, inseminação artificial e fertilização in vitro.

IDADE DA MÃE :

Depois dos 35 anos, cresce a chance de que haja mais de um óvulo maduro em um mesmo ciclo menstrual. É que, conforme a função ovariana diminui, o organismo produz uma quantidade maior do hormônio FSH (folículo estimulante) uma espécie de compensação, já que a mulher tem cada vez menos folículos com o passar dos anos.

O obstetra Adolfo Liao estima que metade das gestações gemelares em países desenvolvidos está relacionada ao fato de as mulheres engravidarem mais tarde.

USO DE PÍLULA ANTICONCEPCIONAL :

“Após a interrupção do uso da pílula, o estímulo para a formação de óvulos no primeiro ciclo (subsequente) pode ser exagerado e aumentar a probabilidade de uma gravidez múltipla”, explica Julio Elito Jr, obstetra da Unifesp.

Alguns médicos até recomendam que as pacientes esperem um ou dois meses depois da interrupção do medicamento para tentar engravidar. Mas a questão é controversa. Segundo Liao, ainda não há como confirmar a relação.
OVÁRIO POLICÍSTICO :

Existe essa associação, mas ela não é direta. Acontece que muitas mulheres com síndrome do ovário policístico, disfunção hormonal que desregula a ovulação, acabam fazendo tratamentos hormonais e é isso, na verdade, que aumenta a possibilidade de uma ovulação múltipla.

GENÉTICA AFRO :

O histórico familiar você já sabe é preponderante. Aliás, acredita-se que, quanto mais casos de gêmeos na família, e mais próximo o grau de parentesco, maior a probabilidade de gerar dois bebês.

Mas os genes carregam outro tipo de influência determinada pela ascendência. Por conta do fator hereditário, mulheres afrodescendentes têm mais chances de ter gêmeos e as orientais, menos.

MITOS :

Algumas pesquisas sugerem que mulheres que consomem leite ou são altas estão mais propensas a uma gravidez múltipla. Os obstetras afirmam, porém, que essas ligações não são comprovadas.

 

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Escrito por Carla Juliana

Redatora no site noticiaviva.com. Apaixonada por gatos. Uma pessoa simples e muito bem humorada. Contato: [email protected]