Superação: aos 32 anos, ex-morador de rua que estudava em bibliotecas públicas se forma em direito

A história de vida de Walisson começou a mudar quando ele conheceu um homem disposto a ajuda-lo. Comovido pela vontade de estudar do rapaz, esse homem ofereceu um comprovante de residência para que ele pudesse se matricular em uma escola e terminar os estudos.

Histórias como a de Walisson Pereira da Silva, de 32 anos, realmente revelam o poder do estudo e a importância de investimentos em bibliotecas e espaços de cultura.

A história do jovem comove, mas também inspira tamanha a força de sua vontade. Ele conta que aos 18 anos foi forçado pelo pai a abandonar os estudos, na época, ele ainda cursava o nono ano do ensino fundamental.

Somado a isso, Walisson conta que sofria violências dentro de casa, o que o motivou a fugir para as ruas. Nesse momento, começa sua saga por uma mudança de vida.

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Já na rua, Walisson conta que por muitas vezes achou que não sobreviveria. Ele revela a violência das ruas e conta que viu muitas pessoas morrerem ao seu redor, além de testemunhar ataques a outros moradores de rua.

“Vi várias pessoas morrendo na minha frente. A rodoviária é um lugar triste, e só sabe disso quem viveu”, conta.

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A história de vida de Walisson começou a mudar quando ele conheceu um homem disposto a ajuda-lo. Comovido pela vontade de estudar do rapaz, esse homem ofereceu um comprovante de residência para que ele pudesse se matricular em uma escola e terminar os estudos.Walisson conta o quanto esse período foi difícil, foram noites em claro pedindo esmola.

Em 2010, Walisson conclui o ensino básico no Centro de Ensino 123, a partir daí começou a nova página dessa história: o Enem. Foram meses estudando para o exame, contando especialmente com o espaço de uma biblioteca pública.

Até que finalmente ele conseguiu financiamento de 100% para cursar Direito em uma Universidade privada. O bacharel em direito hoje se emociona ao lembrar que mentia sobre sua situação para os colegas de curso. “Eu tinha medo de descobrirem minha história, sentia vergonha, e dizia que estava sujo porque vinha do trabalho”, lembra.

Em 2016, graças a seu excelente desempenho, Walisson conseguiu um estágio que pagava R$800 de bolsa, dos quais R$700 ficavam comprometidos com os custos da casa que conseguiu alugar.

Finalmente, em 2018, Walisson conseguiu se formar e e tornou bacharel em Direito. Atualmente, Walisson está desempregado mas conta com a ajuda de amigos para se manter. Seu maior sonho é se tornar Defensor Público e ajudar pessoas com histórias como a dele.

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Escrito por Notícia Viva