Lígia Hungria Martins, de 46 anos, estava na linha da frente contra o novo coronavírus, em dois hospitais. Ela contraiu a doença, e esteve 24 dias internada e em estado considerado grave. Ela permaneceu num hospital privado, e recentemente teve alta e encontra-se a recuperar em casa.
Ela sempre via a rotina de outra forma, do lado do combate contra a doença, até que a vítima acabou sendo ela, tendo os primeiros sintomas comuns da infeção. Ela conta que fazia plantões intercalados em duas unidades hospitalares, e que todos eram feitos com a devida proteção individual, para prevenir de levar esse vírus para casa.
“A minha maior preocupação foi o meu esposo. Ele faz tratamento de hemodiálise, pertencendo ao grupo de risco. Também não vi mais a minha mãe, que também é de risco com 73 anos, para não deixar ela doente. No fim eu que já tinha o maior cuidado, acabei por ser a vítima, não sei como”, conta.
Devido ao seu trabalho, ela carrega pacientes durante várias horas, por isso ela pensou que as dores nas costas, poderia ser forcado de carregar os utentes.
“Depois de eu ter uma crise de falta de ar e febre, daí veio o pesadelo. Fiquei 24 dias entubada. No hospital, senti por diversas vezes muito medo de estar ali sozinha, em isolamento, fechada sem ter ninguém da família ao meu lado”, conta.
Só Lígia testou positivo para a doença, o esposo os netos e a mãe, não tiveram quaisquer indícios de doença, na última semana, a enfermeira recebeu alta e já se encontra em casa a recuperar depois de dias e dias em estado crítico.
“Durante o tempo depois da doença, para mim é como um sonho realizado através de muitas orações, fé e confiança. Quero agradecer a toda a equipa de enfermagem que cuidou de mim”.
A técnica esta em recuperação com a família em Itapetininga e não tem previsão de regresso ao trabalho.
Via: g1.globo.com